sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Do Superfantástico às calças coloridas

Superfantastico / do balão mágico / o mundo fica bem mais divertido. Uni duni duni te / ô ô ô ô Salamê mingúe / ô ô ô ô Sorvete colore / Sonho encantado onde está você?. Quem não se lembra dessas músicas? Para muitos, estas são o hino de sua infância, mas a geração 2.0 tem se esquecido dessas músicas e se projetado em bandas teen que muitas vezes não tem uma temática tão “mágica.”
 

Dec. De 80
Nos anos 80 a música infantil sofria um grande BOOM, porque neste período surgiram bandas infantis que na sua composição havia crianças e não adultos. Com isso as músicas começaram a ser de “criança para criança”, agradando tanto os filhos quanto os pais.
Dentre os grupos formados, os que se destacaram e se destacam até hoje foram o Balão Mágico, composto por Simony, Mike, Tob e mais tarde Jairzinho, e o Trem da Alegria com Luciano Nassyn, Patrícia Marx e Juninho Bill. Estes grupos fizeram à alegria da garotada durante muitos anos e rendeu um programa televisivo chamado “a turma do Balão Mágico”, elevando os índices de audiência da época, “A Rede Globo, muito viva, levou o Balão Mágico para a TV. Com isso, o sucesso foi imediato, pois se abriu um novo nicho de mercado para a indústria fonográfica”, como afirma o fã das bandas infantis Hamilton Kuniochi.
O sucesso da criançada foi estrondoso, com sua espontaneidade, inocência e uma certa magia, estes grupinhos fizeram sucesso. “Eu adorava assistir o Programa do Balão Mágico, é uma época que deixa saudades”, Eunice Giron sempre acompanhou a turminha e acha que os programas e bandas atuais não têm o mesmo “tempero” que ela tinham antes, “uma coisa que eu não vejo nelas é a inocência, hoje se fala muito em amor e traição, e se esqueceram de ser criança.”

Depois de alguns anos as crianças das bandas começaram a crescer, assim sendo substituídas por outras, que não faziam o mesmo sucesso que o grupo original, então depois de anos estes grupos começaram a se dissolver, deixando um grande vazio na música infantil.

2010
            No século 21, as crianças trocaram o quintal e a bola pelo quarto e o controle do vídeo - game, assim a sua cultura musical também mudou, as musicas ficaram mais eletrônicas, e os grupos mais “bonitinhos”, por conta da globalização os grupos tem uma predominância estrangeira e também são mais teens e menos infantis. Como é o caso de Jonas Brothers, Justin Bieber e a exceção brasileira o Restart.

            Com a ascensão do Youtube, muitas das bandas encontradas hoje, foram conhecidas primeiramente pelo site. “Meu primeiro vídeo do Restart eu vi no Youtube, e hoje eu amo eles” foi o que disse a fã Quézia Falcão. E isso não para de crescer cada vez mais bandas e cantores são vistos no site e dominam a cabeça das crianças, gerando crianças cada vez mais parecidas com seu ídolo, uma Geração 2.0.
           
80 vs. 2010
            Mas o que difere estas novas bandas das antigas? Simples, as crianças. De 80 para 2010, a tecnologia ao nosso redor mudou e com isso as crianças mudaram, deixando de lado certos gostos que agora se dizem infantis. ‘No fim dos anos 80, Patricia ou Simony cantavam sobre paqueras de escola, um romance idealizado, quase tímido, ingênuo. Vinte anos depois, a Kelly Key cantava se gabando do ex-namorado que ela esnobava e que vinha “babar”’, isso foi o que Kuniochi observa com esses novos grupos.
            “Eu prefiro as músicas atuais, elas falam sobre amor, enquanto as do Trem da Alegria eram muito infantis.” Quézia Falcão como outros fãs, não vêem os antigos grupos como espelho, e acabam se voltando cada vez mais para os novos grupos que surgem.
            É claro que nem todos os grupos perderam a toda a inocência, é o caso dos Jonas Brothers que mesmo atraindo milhares de garotas para seus shows, eles procuram sempre a boa imagem a se passar para seus fãs. E muitos ainda gostam de ouvir as crianças de 80, como é o caso da fã Eunice Giron e de Hamilton Kuniochi, que até hoje colecionam discos. “Foram lançados nove discos, entre 1984 e 1992, um por ano. Tenho todos estes, e tenho também compactos e discos promocionais, que eram distribuídos às rádios antes do lançamento dos LPs. Ao todo, tenho cerca de 25 discos do Trem” nos conta Kuniochi gabando de sua coleção.
            Com toda esta tecnologia, as crianças ganharam uma nova cultura musical, deixando para trás grandes nomes da música, porém com eles vem surgindo grupos que mesmo sem toda a magia dos anos 80, trazem para essas crianças a alegria que é característica delas, um tesouro que nem o tempo pode apagar.

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